"Por volta de 1450, na época em que nascia a indústria tipográfica,os textos eram copiados ,de acordo com sua natureza ou seu destino,com escristas diferentes.
... Por fim , a derradeira ,destinada a grande futuro ,já que virá a tornar-se na escrita normal dos textos impressos em grande parte da Europa Ocidental : a escrita humanística,a littera antiqua,a futura redonda .Inspirada na minúscula carolina ,essa escrita,posta em moda por Petrarca e seus émulos,por volta de 1450 ,era apenas usada por pequenos grupos de humanistas e de grandes senhores bibliófilos,desejosos de apresentar os textos antigos com uma aparência mais próxima do seu aspecto primitivo (ou pelo menos,do que eles pensavam ser seu aspecto primitivo) ,e com isso,opô-los aos textos medievais tradicionais ,até na sua apresentação.E,a esta redonda,pode-se acrescentar uma escrita cursiva,a chancelaresca,que dará origem ao itálico,que a chancelaria vaticana adota em meados do seculo xv,e que passará ,em seguida,para as chancelarias de Florença ,Ferrara e Veneza.
...A escrita redonda expande-se rapidamente na Itália.É usada nas oficinas dos copistas em Nápoles,Romo e Florença,sobretudo .Amantes dos textos antigos ,príncipes ,bispos,abades,cardeais,banqueiros e ricos mercadores compram esses manuscritos de um modelo novo .Os mais ricos ,como Matias Corvino,rei da Hungria ,os reis de Nápoles ,os duques de Ferrara,que possuem oficinas pessoais ,pedem aos seus copistas para adaptarem a nova escrita na cópia dos textos dos clássicos latinos e mesmo das obras dos Padres da Igreja.Fora da Itália o duque de Gloucester e ,mais tarde ,o arcebispo de Ruão,Jorge d'Amboise,possuem nas suas bibliotecas manuscristos "humanísticos".Assim ,quando a imprensa aparece,pequenos grupos de amantes das bels-letras - não digamos humanistas- apreciam e sabem ler as novas escritas ,se bem que ,bem entendido, a imensa maioria dos homens e mesmo dos homens de letras do se tempo,permaneça fiel aos tipos tradicionais de escrita gótica."
O aparecimento do livro
Lucien Febvre e Henry -Jean Martin